"O Bom, o Belo e o Verdadeiro"
Há séculos que não escrevo. Faço-o hoje numa folha amarrotada de tentativas de fazer um origami. Sem computador ou telemóvel, sobra-me o papel e duas longas horas nas quais estou sozinha na confusão que são os meus pensamentos. Talvez no fim sejamos folhas amarrotadas pelas tentativas de sucessos, mas, se assim é, quero ficar bem amarrotada. O que é a vida senão constantes tentativas erros? E em cada pedacinho de cada erro, encontramos mares de momentos felizes. Saramago dizia que a felicidade é egoísta e que devemos procurar viver em harmonia. Porém, considero que não encontramos uma sem a outra. A felicidade vem da beleza com que vemos o mundo. E eu encontro-a em tudo o que me rodeia. Que sorte tenho por estar rodeada do belo! E, de repente, o que era um exercício para passar o tempo, tornou-se numa reflexão inconsciente ao som dos ponteiros do relógio. Até ia ver o horóscopo, mas não tenho nada além da caneta e do papel. Resta-me inventar a minha previsão para hoje.
